Eles conseguem aliar a maratona de operações policiais – com incursões por becos e pontes – com uma rotina de treinos e competições para representar o Amazonas em diversas modalidades esportivas. Policiais militares que, além de combater à criminalidade, são atletas de alto desempenho. Verdadeiros heróis de farda.
Exemplo é o cabo Waldeir Tavares, 29 anos, ultramaratonista de montanhas desde os testes físicos para ingresso na Polícia Militar do Amazonas (PMAM). Ele atua no Batalhão de Choque da PMAM e é conhecido como “Loko” entre os companheiros de farda e os demais atletas por participar de competições que superam 12 horas e ultramaratonas de até 100 quilômetros em terrenos acidentados e montanhosos.
Para ele, aliar as atividades no Batalhão e a rotina de ultramaratonista é um desafio e serve, ainda, como válvula de escape do estresse gerado pelo combate ao crime. “A corrida só tem a melhorar o meu serviço no quartel, na instituição militar. É como um trem, ele está andando e em determinado momento solta uma fumaça. É exatamente o que acontece comigo: enquanto eu não correr, executar a minha atividade, é uma rotina totalmente puxada, estressante, então eu faço meu treino e tudo melhora”, relatou o PM ultramaratonista.
Auxílio aos colegas de farda – Além dos treinos, os atletas e policiais militares devem contar com uma rotina de alimentação diferenciada. É o caso do cabo Elianderson Freitas, 31 anos, que é fisiculturista há cinco anos e acumula títulos na modalidade.
A disciplina para as competições o levou a auxiliar no condicionamento físico dos colegas de farda. Atualmente, Elianderson – ou “Mamute”, como é conhecido entre os praticantes da modalidade – é um dos instrutores do Centro de Educação Física e Desporto (Cefid) da PMAM e se prepara para o campeonato mundial de fisiculturismo, em 2020.
“Queria ressaltar também o apoio da Polícia Militar para nós atletas. A gente está indo não só representar a Polícia Militar, mas sim o Estado e, muitas vezes, o Brasil”, disse o cabo.
Representar o país lutando por medalhas e auxiliar os colegas de farda também faz parte da vida do capitão Tasso Alves, 30 anos. Ele iniciou a trajetória no esporte aos 4 anos de idade, trilhou uma carreira no judô, jiu-jitsu e agora é campeão na luta olímpica, modalidade pela qual já representou o país em três panamericanos.
“É um orgulho, desde que entrei na polícia, em 2011, sempre levando o brasão da corporação, porque essa é a minha identidade, é a minha família, o meu sangue azul. Quando eu luto no tatame, não é apenas o Tasso Alves, é o capitão, é o policial militar que está lutando por todos os soldados e todos os policiais militares que estão nas ruas combatendo o crime”, ressaltou o capitão.
Incentivo ao esporte – Além de apoiar os atletas da corporação, a Polícia Militar, seguindo as diretrizes do secretário de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, também procura incentivar os policiais a praticarem mais atividades físicas. Nesse contexto, segundo o comandante do Cefid, tenente-coronel Mário Lima, os atletas de farda servem de inspiração.
“Eles são exemplos a serem seguidos e, como policiais militares, também exemplo para que os demais companheiros de farda cuidem do seu corpo, da sua saúde. Para todos os atletas e demais policiais, a PM disponibiliza a academia. Temos médicos, acompanhamento nutricional e a parte de condicionamento físico em geral”, ressaltou o comandante.
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