A Prefeitura de Manaus destaca, no Dia Mundial do Enfermeiro, celebrado em 12 de maio, o papel desses profissionais diante do atendimento à população na Atenção Primária de Saúde. Em conjunto com uma equipe multiprofissional, os enfermeiros que atuam nas unidades da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) prestam assistência aos usuários e também desenvolvem medidas, em cargos de gestão, para restabelecer e preservar a saúde de todos.
“Ser enfermeiro é tudo. Ele está próximo das pessoas, ajudando nos momentos mais difíceis e mais frágeis da população. Às vezes, a proximidade é tanta que eles acabam fazendo parte da família, sendo a pessoa que leva uma voz amiga, que leva um tratamento adequado, respeitando todas as interações com a equipe multiprofissional, e ajudando ao próximo”, declarou a subsecretária de Gestão da Saúde da Semsa, Aldeniza Araújo de Souza.
Aldeniza é enfermeira há 40 anos e possui vasta experiência na assistência e gestão que contribui no aprimoramento do serviço disponibilizado aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O enfermeiro realiza uma junção de esforços para melhor contribuir com o resgate da saúde da população. Na gerência, ele desenvolve as ações que serão aplicadas no seu território, com o envolvimento de uma equipe multiprofissional, para chegar ao objetivo final, que é levar uma assistência de qualidade a todos”, afirma.
Profissionais
Atualmente, Manaus tem 12.426 enfermeiros registrados no Conselho Regional de Enfermagem (Coren-AM). Desse total, 1.124 atuam nas unidades da Semsa, em cooperação com técnicos em enfermagem, médicos, assistentes sociais, farmacêuticos, bioquímicos, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), cirurgiões dentistas, e demais trabalhadores da saúde.
Desde janeiro de 2021, a Semsa ampliou o quadro de enfermeiros em 11%, com a contratação de 116 novos profissionais. Eles foram admitidos por meio de dois Chamamentos Públicos Para Contratação Temporária, e pelo Programa Municipal de Bolsas de Estudo, Pesquisa e Extensão para a Educação pelo Trabalho, desenvolvido pela Escola de Saúde Pública (ESAP/Semsa). No concurso público em andamento, serão ofertadas 170 vagas para enfermeiros.
“Na Atenção Primária, o enfermeiro é a pessoa que tem o primeiro contato com a população, que atende, que media conflitos, que articula o profissional especializado com o usuário, que faz essa aproximação. Além disso, ele atua em todos os níveis de atenção, que também conta com a média complexidade, nas policlínicas, e alta complexidade, como maternidades e hospitais”, explica Aldeniza.
Pandemia
A pandemia de Covid-19 mudou as formas de interação nos mais diversos setores da sociedade, e não foi diferente com profissionais da Enfermagem. Em conjunto com todos os trabalhadores da Saúde, eles ficaram na linha de frente do combate à pandemia, prestando socorro à população e orientando sobre as formas de se defender contra a doença.
Foi neste cenário de incertezas que surgiu o Programa de Telessaúde da Semsa, uma ferramenta de monitoramento e acompanhamento de casos confirmados e suspeitos de Covid-19. O atendimento passou a ser ofertado a distância, devido a necessidade de isolamento domiciliar.
O enfermeiro Edson Castro Júnior participou da criação dessa nova frente de trabalho na Semsa. Para ele, que já possuía 16 anos de experiência, a mudança na forma de contato com os usuários na pandemia foi impactante, e deixou ensinamentos que são aplicados até hoje.
“Quando nós começamos a fazer o telemonitoramento, sabíamos que os usuários atendidos estavam em isolamento domiciliar, e tínhamos o dever de levar todas as orientações de saúde para que eles levassem a vida adiante, até que chegasse o fim da pandemia. Toda a equipe multiprofissional se reunia constantemente, para trocar experiências e desenvolver métodos para aprimorar esse serviço”, conta.
Edson lembra que, nos períodos mais críticos da pandemia, alguns pacientes pediam para que os enfermeiros continuassem efetuando as ligações mesmo após a cura. Isso porque muitos ainda conviviam com as sequelas da Covid, e se sentiam confortáveis ao saber que os profissionais continuavam cuidando da sua situação de saúde.
“Monitoramos mais de 85 mil pessoas durante a pandemia de Covid-19, e tivemos a ajuda fundamental de estudantes da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e UEA (Universidade do Estado do Amazonas), muitos se formando em Enfermagem. Levar a Telessaúde para toda a cidade foi um trabalho inovador, e a gente viu de uma nova forma a importância de cuidar, de recuperar o paciente para o convívio do dia a dia”, lembra o enfermeiro.
Contribuição
O enfermeiro Ayrton Perdigão, da Unidade de Saúde da Família (USF) Áugias Gadelha, na zona Norte, destaca que uma das maiores satisfações da profissão é poder contribuir com a saúde da comunidade onde ele está inserido. Com cerca de 13 anos de experiência, ele já atuou na saúde indígena e na Atenção Primária, no atendimento das demandas espontâneas da população.
“No caso do pré-natal, por exemplo, nós estamos lidando com duas vidas, uma delas ainda sendo gerada. A forma como os enfermeiros atuam influencia diretamente no nascimento dessa criança, e nós proporcionamos toda a assistência para que essa grávida tenha um parto saudável, e um bebê saudável, que vai continuar sendo acompanhado por nós”, conta, lembrando que chegou a ser homenageado por uma mãe, que deu ao filho o nome de Enfermeiro Ayrton.
A enfermeira Ellen Palmeira Assunção, socorrista do Serviço Municipal de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), conta que escolheu essa profissão pois, desde a adolescência, tinha vontade de trabalhar na área da Saúde, principalmente na assistência às pessoas.
“Eu posso prestar toda a minha dedicação, respeito e amor ao próximo, porque a enfermagem envolve tudo isso. Eu escolhi essa profissão, porque gosto de ser solidária, e o cuidado com as pessoas é essencial para a preservação da vida. A importância que a enfermagem tem na minha vida também se estende a todas as pessoas que eu já pude ajudar, incluindo familiares e amigos”, pontua.
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